quinta-feira, 26 de julho de 2012
Um pouco de todo Bennett
. BENNETT - 1888 ao século XXI
Fundado em 1888 por missionárias
norte-americanas, o Colégio Bennett, antes de ocupar definitivamente o
terreno à Rua Marquês de Abrantes 55, em 1920, passou por alguns endereços
no Catete e Laranjeiras, e tornou-se um lugar de vanguarda na educação do Rio
de Janeiro.
Em 1920, além do currículo oficial,
o Bennett oferecia aos alunos aulas de Educação Física com arcos e fitas,
quadra de tênis, vôlei e bola americana. O trabalho voltado para as artes e
música atraia a atenção dos intelectuais e artistas que traziam seus filhos
para estudar no Bennett sabendo do ensino diferenciado e diversificado.
O Bennett sempre praticou e
estimulou a Responsabilidade Social entre seus alunos, mostrando o valor do
trabalho voluntário.
O Bennett formou alunos que hoje são
juízes federais, promotores de justiça, deputados, governadores, artistas e
jornalistas da Rede Globo, maestros, fundadores de colégios por todo
Brasil (desde 1941 quando foi criado o primeiro curso para diretores de escola maternal),
empreendedores sociais com reconhecimento internacional e até um líder mundial
do novo milênio (século XXI).
Hoje, já neste novo século, o
Bennett transforma-se para continuar pioneiro no ensino desde a Educação
Infantil até o Ensino Médio, consciente de sua plena cidadania.
Profª
Vilna Baggio
Aluna
do Primário à Pós-Graduação no Bennett
MISSIONÁRIAS
MISSIONÁRIAS
(Moças
americanas que se dedicavam a educação no Brasil)
As
missionárias se despojaram de todas as regalias familiares, para virem a um
país distante e ainda em início de desenvolvimento. Elas trouxeram também, a
visão de um sonho a realizar, encontrando um caminho que só é possível com
espaços que privilegiem o sentir e o sonhar. Elas transformaram um Palacete
familiar em um espaço para reflexão, ação, aprendizado e conhecimento, por que
acreditavam que o pensar e sonhar coloca a mulher na dimensão do futuro.
Miss
Layona Glenn – 1866
a 1969 - Nascida em Geórgia, USA. Veio ao Brasil pela
primeira vez em companhia de Miss Martha Hite Watts em agosto de 1884. Juntas
fundaram o Colégio Americano de Petrópolis, em 1895, na cidade de Petrópolis –
RJ. Educadora pioneira nas Escolas da
Missão Americana de Senhoras Metodista. Por três vezes foi diretora do Colégio
Americano Fluminense, Rio de Janeiro. Os conhecimentos médicos que adquiriu de
seu pai, muito a ajudou por ocasião da febre amarela. Tratou de alunos e
professores doentes e os salvou. Serviu no Instituto Central do Povo, no bairro
da Gamboa RJ na clínica, escola e igreja. Ajudou na Fundação e organização do
Instituto Ana Gonzaga, (orfanato) em Campo Grande , RJ. Aposentou-se em 1934. Voltou ao
Brasil em 1949 e 1955 em visita, novamente em 1966 com seu irmão Mark. Em 1956,
Foi condecorada pelo governo brasileiro, através da sua embaixada em Washington D.C .,
com a Ordem do Cruzeiro do Sul, em reconhecimento pelos 40 anos de serviços
prestados à nossa Pátria. Em sua homenagem o edifício que hoje abriga o
audiovisual recebeu o nome de Edifício Layona Glenn.
Miss
Eliza Perkinson - Nasceu no
Estado de Missouri – USA. Assumiu a
direção do Colégio Americano de Petrópolis em 1901. Ela foi a primeira diretora
administrativa, com função de trazer, para o Rio de Janeiro, o Colégio
Americano de Petrópolis, no qual exercera a direção por 19 anos. O primeiro
pavilhão construído, ainda sob a direção de Miss Eliza Perkinson, foi o
Refeitório, que constava de sala de jantar, copa e cozinha.
Passou, então, a se preocupar com a construção do edifício
que melhor atendesse à necessidade das alunas nos seus estudos. Em 1924, a missionária Eliza
Perkinson, após 30 anos de incansável trabalho dedicado à educação brasileira,
se aposenta, deixando este primeiro edifício erguido, com 2 andares,
biblioteca, auditório e laboratório em fase de acabamento.
Em justa homenagem aquela que tanto se dedicou à sua
construção, o edifício recebeu o nome de Eliza Perkinson (E.P.)
1
Miss
Eva Louise Hyde – nasceu em 1885
e faleceu em 1981.
Depois da jubilação
de Miss Eliza Perkinson, assumiu o seu lugar Miss Eva Louise Hyde, que dirigiu
o Colégio de 1925 a
1952.
Reitora era o
título dado, na ocasião, à Diretora
do Colégio Bennett.
Ela era missionária da Igreja Metodista, educadora por 40
anos no Brasil, co-fundadora e membro de vários grupos ecumênicos educacionais
em nosso país, foi a única cidadã estrangeira a receber a condecoração da Ordem
Nacional do Mérito, no grau de oficial, em 1º de dezembro de 1953.
Além da boa instrução, dava muita atenção às assembléias
de cunho religioso, político e social e incentivava a colaboração das alunas
nas obras sociais. Este espírito de solidariedade cristã tornou-se realidade na
colaboração efetiva das alunas com as obras sociais, tais como o Instituto
Central do Povo, Educandário Romão de Mattos Duarte e muitas outras.
Miss Clara Perry – Foi sucessora de Miss
Belle H. Bennett na presidência da Junta Missionária de Senhoras nos Estados
Unidos. Empenhou-se grandemente no levantamento de fundos financeiros para a
construção de um prédio para ser o internato para alunas do recém-criado Curso
Instituto Técnico – Curso de Formação de Professoras de Educação Religiosa,
Pré-Primário e Economia Doméstica. O Prédio foi Inaugurado em 1942, abrigou
alunas e professoras internas até 1965.
.
MISS BELLE HARRIS
BENNETT (1852 – 1922). Por longos anos presidente da Junta de Mulheres
Metodistas dos Estados Unidos. Em 1913 com Miss M. L. Gibson visitam o Brasil a
fim de estudarem a situação das escolas da Missão e participam da 28ª Sessão da
Conferência Anual Brasileira, em agosto desse mesmo ano na cidade de Belo
Horizonte, MG.
O Rio de Janeiro já colhia os resultados da monumental
obra de Oswaldo Cruz na extinção da febre amarela. O Rio era ideal para a
realização do sonho da Junta Missionária de Senhoras, Animada com a nova
situação Miss Bennett com a participação do Reverendo Dr. H.. Clarence Tucker
procura propriedade para a instalação de um novo colégio.
Solicita o dinheiro
a igreja na cidade de Nashiville, então centro da Missão.
A quantia necessária para a compra não pode ser levantada.
Ela regressa aos Estados Unidos e inicia campanha para a compra de uma
propriedade no Rio de Janeiro.
Durante o Movimento Centenário da Igreja norte/americana
as ofertas aumentaram e o dinheiro necessário para a escola do Rio – 300,000
dólares, ouro americano, torna-se uma realidade. Em 1913,
após a visita ao Brasil, organizou a campanha de que resultou a fundação de um
colégio para moças no Rio de Janeiro.
2
Miss Ruth Dewey Anderson – Filha de John W. Anderson e Mamie G.
Anderson. Nasceu em 29 de abril de 1808. Cursou na Faculdade de Texas State,
onde lecionou alguns anos, logo após fez o curso de Educação Religiosa na
Faculdade Scarrit College for Christian Workers, colando grau de Máster of Arts. Chegando ao Brasil em
1930, lecionou por vários anos no Colégio Americano, onde veio ocupar o cargo
de Reitora por longo tempo. Voltou aos EUA para um ano de férias e em 1946,
especializou-se em
Educação Religiosa , no Union Theological Seminary, NY. Antes
disso substituiu a Reitora do Colégio Bennett, no Rio de Janeiro, durante mais
de um ano. Voltando ao Brasil, Miss Ruth Anderson prestou eficiente auxílio à
administração do Colégio Americano do qual era Reitora Miss Mary Sue Brown. Com
a volta desta para sua Pátria, Miss Anderson voltou a administrar o Americano
como reitora, cargo no qual a morte veio acolhê-la de surpresa em 1949. com
isso abriu-se uma profunda lacuna na administração do grande educandário onde
ela, como Reitora, vinha fazendo admirável trabalho. Além dos inúmeros afazeres
no Colégio, ainda se devotava de todo o coração aos trabalhos da Igreja,
ministrando, especialmente às senhoras, cursos bíblicos de muito valor para elas.
Era também professora da classe de senhoras da Escola Dominical da Igreja
Wesley, e diretora regional da Ordem das Diaconisas, cargo esse para o qual foi
eleita pelo Concílio Regional do Sul.
Ruth
Dewey Anderson viveu para servir, e serviu com eficiência e ternura.
Assinalados serviços prestou à Educação, à Igreja e ao Brasil.
Períodos
em que exerceu a Direção Geral do Colégio Americano: 1934 a 1935 – 1940 a 1945 – e em 1949.
Hugh Clarence Tucker – O missionário Rev. Hugh Clarence Tucker (1857 / 1856),
chegou ao Brasil em 1886. Iniciou sua carreira como pastor da comunidade norte
americana no RJ, que se reunia na Capela Metodista na Praça José de Alencar.
Capela existente até hoje, ao lado do atual templo da Igreja Metodista do Catete,
muito descaracterizada pelas constantes obras. Nesta mesma ocasião começou a
trabalhar como agente da Sociedade Bíblica Americana e teve oportunidade de
percorrer grande parte do território brasileiro, o que lhe permitiu conhecer de
perto a realidade política, social e econômica do país.
Ele
residia na Rua Paissandu, bom conhecedor da cidade, indicou para a Junta
Missionária de Senhoras, a residência de Dr. Miguel Couto e em 1919 as missionárias
adquiriram o Palacete São Clemente.
O Rev. Tucker trabalhou muito pelo bem estar
social de nossa população. Ele iniciou o trabalho no Instituto Central do Povo,
na Gamboa.. tendo participado das campanhas sanitaristas do Dr. Oswaldo Cruz,
de quem tornou-se amigo.
Em 1941,
deram seu nome ao Auditório, que acabara de ser construído no Prédio Erasmo
Braga.
Miss Sarah Dawsey -
Assumiu a direção do Colégio Bennett de 1955/1959 e de
1961 a 1965. Filha de missionários norte/americanos metodistas que trabalharam
no Brasil durante 40
3
anos, Miss Sarah nasceu em Piracicaba, Estado de São Paulo
e fez até os 14 anos, os seus estudos no Brasil, indo em 1929 para os Estados
Unidos de onde só regressou em 1934.
Lecionou no Colégio Izabella Hendrix, em Belo Horizonte.
Nos EEUU se especializou em Educação Primária
e Pré-Primária no Peabody College, Nasville – Tennessee. Fez vários cursos de
especialização em Pré-Primário e ensinou em Washington D.C. ,
de setembro de 1940 até junho de 1041. Retornando ao Brasil.
Organizou e dirigiu a Escola Maternal, que seria
escola-laboratório do Instituto Técnico do Bennett, recém inaugurada. Com
várias especializações para formação de professoras para Escola Pré-Primária atuou
e marcou época, na educação pré-primária brasileira.
Heloisa Marinho – (brasileira) Edifício
Heloísa Marinho (Prédio anexo ao Erasmo Braga), construído em 1950 pelo
Engenheiro Dr. Américo R. Campello – REBECCHI LTDA - Gestão: EVA LOUISE HYDE.
Em 1980,
o então Diretor-Geral, Rev. Acir Goulart, numa homenagem á Heloísa Marinho, deu
ao anexo o nome de EDIFICIO HELOISA MARINHO.
Uma
placa, à direita da entrada principal, diz o seguinte:
“À notável pioneira Heloisa Marinho, cinqüenta anos na vanguarda da
educação Pré-Escolar no Brasil, a homenagem carinhosa do BENNETT no seu
sexagenário.
12 de outubro de 1980.”
HELOISA MARINHO (1902...). Ex aluna do Bennett. Primeira
turma do curso de Madureza – 1923.
Ajudou
Miss Eva L. Hyde no planejamento e fundação do Instituto Técnico em 1941, curso
de formação de professoras de Pré-Escolar, professoras de Educação Doméstica,
professoras de Educação Religiosa. Em 1942 com Miss Sarah Dawsey ajudou na
fundação do Departamento de Pré-Escolar, pioneiro no Brasil.
Miss Anita Harris – Assumiu a Reitoria do
Bennett em 1953. Americana de nascimento e brasileira pelos anos dedicados a
educação no Brasil.
Em 1954 abriu as portas do col[egio, pela primeira vez,
para o Congresso de Inspetores do Ensino Secundário. Durante a sua gestão o
Instituto Técnico cresceu e ganhou o
reconhecimento oficial; a Escola de Música Sacra ganhou novo órgão que deu novo
entusiasmo as suas atividades sob a orientação do Prof. Albert Ream. No final
de 1954, Miss Anita Harris viajou de férias para os Estados Unidos aceitando
novos desafios por lá, não voltando mais ao Brasil.
Pode ter suas
páginas aumentadas a qualquer momento!
sexta-feira, 13 de julho de 2012
COLÉGIO METODISTA BENNETT
“Como
tudo começou”
Em 20 de fevereiro de
Em 14 de setembro
de 1891, com o nome de Colégio Mineiro,
funcionou até 1914, como internato feminino.
Em 1892, teve
origem outro colégio, o Colégio Americano Fluminense. Tendo como
Diretora Miss Lula Ross, funcionou até 1915, como internato feminino.
Em 07 de maio de
1895, fundou-se, o Colégio Americano de Petrópolis. Diretora Miss
Martha H. Watts, tendo funcionado até 1919, como internato feminino.
Em
1919, tinha como Diretora Miss Eliza Perkinson que, com a ajuda da Junta de
Missões Estrangeiras de Senhoras, comprou, no bairro do Flamengo, no Rio de
Janeiro, um Palacete para o futuro Colégio.
Em 1920 – já Colégio
Bennett – (com a maioria de alunas internas) e, com ajuda de Miss Belle
Harris Bennett, presidente da Junta de Missões Estrangeiras de Senhoras de
Nashville, Estados Unidos da América, conseguiu a verba para a compra do
Palacete e uma chácara aos fundos.
O Colégio Bennett
oferecia, além do currículo oficial, outras atividades tais como:
Grêmio
Amigos da Natureza Grêmio de
Arte
Grêmio
Social Literário Grêmio de Canto
Grêmio
Recreativo
Grêmio de Tênis
Grêmio
English Club
Grêmio Conheça a sua Cidade
Grêmio
Hipólito de Campos
Todos
os Grêmios eram dirigidos por professores de alto gabarito. Os projetos
nos diferentes grêmios, ajudavam a formar moças que adquiriam identidade
pessoal própria e passavam a ter idéias de justiça e a usar seu saber para a
transformação da sociedade.
Biblioteca
Desde 1888,
a biblioteca ocupava um lugar de destaque na
Instituição. Era um local em que as alunas procuravam ler livros com muito
entusiasmo e interesse.
Eram livros trazidos do estrangeiro que ainda não existiam
nas poucas livrarias da cidade.
Organizavam-se muitas atividades ligadas à leitura de autores nacionais
e estrangeiros. O hábito da leitura era tão incentivado, que as alunas tinham
no próprio internato e nas áreas de recreação pequenas estantes de livros,
muito procuradas por todas.
Em 1972, com o início das Faculdades Integradas Bennett,
foi organizada a Biblioteca Central, no Edifício JW. Ela era usada pelos alunos
do Colégio, na parte da manhã e a noite pelos alunos da Faculdade.
No início de 1999 a Biblioteca Central, no primeiro andar do
Prédio J.W. passou a ser freqüentada só para alunos da graduação e da Pós
Graduação. O Colégio passou a utilizar outro espaço.
Em setembro de 1999, depois da união da Biblioteca do 1º
segmento do Ensino Fundamental com a do 2º segmento do Ensino Fundamental,
surgiu um novo Espaço com Biblioteca, Hemeroteca, Videoteca, Brinquedoteca e
Espaço para exposições – Sala de Múltiplas Linguagens. – Mais uma vez, o
Bennett inova, com um espaço de leitura e arte.
Assembléias semanais
Outra
atividade extra-classe eram as assembléias semanais, realizadas no
último período da manhã, bem variadas e que eram desejadas por todos os alunos.
Eram peças teatrais, filmes, dramatizações, audição de piano, flauta, violinos
e uma vez por mês, assembléias religiosas.
Classe Lar
Nas
décadas de 20 a
30 começou a funcionar outra atividade chamada Classe Lar. Nessa
atividade as jovens eram levadas à ter consciência de cidadania. Naquela época,
nem mesmo o direito ao voto lhes era permitido, mas a Classe Lar, já as
preparava para a participação política. Elegiam a sua diretoria e as
respectivas comissões para as diversas atividades. O importante era passar a
perceber o outro, a respeita-lo, e considera-lo, dentro de uma perspectiva de participação
social.
Campanha Bennett Pró Lázaros
A idéia de criar esta campanha, nasceu na atividade de
classe, quando uma aluna mostrou a realidade em que viviam os hansenianos no
Brasil. Com ajuda da Profª Eunice Weaver, e outras professoras, as alunas organizaram
o Grêmio que apresentou, em seguida, o primeiro festival para angariar fundos.
A campanha passou a ser tradição no Bennett. Além dos
recursos dessa festa, toda a comunidade benetense se reunia em torno do mesmo
ideal, ajudar o filho sadio do doente de lepra.
Essa campanha começou em 1926, quando foi aberta uma porta
enorme no Bennett, de ajuda ao excluído, numa época em que não se falava de
cidadania, de defesa de direitos humanos, civis e políticos. Sem usar a
expressão atual de Projeto Social, já havia a motivação pela necessidade de
captar recursos para intervir sobre algum tipo de problema social, tendo a
consciência crítica comprometida com a comunidade. A Festa da Campanha, que era
anual, continuou até a década de 70.
A idéia de criar esta campanha, nasceu na atividade de
classe, quando uma aluna mostrou a realidade em que viviam os hansenianos no
Brasil. Com ajuda da Profª Eunice Weaver, e outras professoras, as alunas organizaram
o Grêmio que apresentou, em seguida, o primeiro festival para angariar fundos.
A campanha passou a ser tradição no Bennett. Além dos
recursos dessa festa, toda a comunidade benetense se reunia em torno do mesmo
ideal, ajudar o filho sadio do doente de lepra.
Essa campanha começou em 1926, quando foi aberta uma porta
enorme no Bennett, de ajuda ao excluído, numa época em que não se falava de
cidadania, de defesa de direitos humanos, civis e políticos. Sem usar a
expressão atual de Projeto Social, já havia a motivação pela necessidade de
captar recursos para intervir sobre algum tipo de problema social, tendo a
consciência crítica comprometida com a comunidade. A Festa da Campanha, que era
anual, continuou até a década de 70.
O
Colégio Bennett participava de outros projetos, como o desenvolvido na Fundação
Romão de Mattos Duarte, naquela época situada em frente ao Colégio. Alunas do
Bennett, acompanhadas de professoras, realizavam atividades que propiciavam o
desenvolvimento da parte afetiva, auto-estima, senso crítico, criatividade,
iniciativa na sua formação geral. Além disso, favoreciam o acesso à cultura, ao
esporte e ao lazer.
Outro projeto social do Bennett desde
a década de 30, foi o de alunas que participavam de trabalhos sociais no Instituto
Central do Povo, no bairro da Gamboa. O grupo de favelados era muito menor
naquela época e as alunas participavam dos projetos que eram apresentados pela
comunidade aos seus professores, com comprometimento visando que o mais
importante era passar a perceber o outro, a respeitá-lo, e considerá-lo. Mesmo
depois de formadas, as alunas continuavam como voluntárias, junto às com
crianças da creche, do primário e ginasial. Hugh Clarence Tucker, seu fundador
e diretor, havia iniciado o trabalho nessa área precária da cidade, com
atendimento médico, dentário e assistência às famílias. Muitos outros
projetos sociais aconteceram no Bennett, nesses 118 anos.
Instituto
Técnico ( IT )
Em 27 de março de 1941, foi
criado o Instituto Técnico, ( IT ) curso profissionalizante com formação em Educação Pré- Primária ,
Economia Doméstica, Formação em Educação Religiosa e Serviço Social. Moças de
todos os estados do Brasil se matriculavam nesses cursos, voltando para suas
cidades de origem abrindo escolas pré-primárias ou Jardins de Infância.O Bennett era o único Colégio
no Brasil com este tipo de curso. Em 1954 o Curso foi reconhecido pelo
Ministério de Educação e Cultural, como Curso de Nível Médio, permitindo
ingresso em cursos superiores.
Escola Maternal
Em 20 de abril de 1942 a Escola Maternal
inicia suas atividades. O Curso passa a funcionar como Escola Laboratório. As
moças tinham aulas teóricas e práticas na mesma Instituição. A Escola Maternal
recebia visitas de todo Brasil. Para tanto, foi construída uma sala de
observatório, onde visitantes e alunas observavam as crianças sem serem vistas.
Podemos falar que todas as Escolas de Educação Infantil no Brasil tiveram
origem na experiência do Instituto Técnico do Colégio Bennett. ( o curso era
conhecido como Curso IT )
Educação Física
Por não constar ainda do currículo
oficial, a Educação Física no Bennett, era uma atividade extra-classe. Essa
atividade veio dos outros colégios que deram origem ao Bennett. Era uma
atividade sob o controle do Serviço Médico Escolar.
Só
a partir de 1997, com a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação, definiu-se a
Educação Física como “componente curricular da Educação Básica”, sendo
facultativo para o curso superior.
Field-Day – Trata-se de uma atividade anual,
sempre realizada na comemoração do aniversário do Bennett. Festa ao ar livre,
objetivava o desenvolvimento da socialização e de habilidades adquiridas nos
diversos setores da arte. Na festa compareciam familiares das alunas, amigos e
a comunidade em geral.
Essa atividade é realizada pelo Colégio, até hoje, dentro do
Auditório Tucker.
Olimpíada
Benetense - Na década
de 70 tivemos a 1ª Olimpíada Benetense. Os jogos aconteciam durante a
semana, sendo no início, uma disputa interna e, mais tarde, com outros colégios
do Rio de Janeiro ou colégios metodistas de outros estados brasileiros. Todos
os alunos e pais de alunos participam, desde os pequeninos da Educação
Infantil, até os adolescentes do Ensino Médio. Ela já aconteceu no Forte de São
João, no bairro da Urca, no Clube Fluminense e até no Maracanã. Hoje é
realizada no Pátio da Instituição.
TAB
Em
1966 foi criado o Teatro Amador Bennett ( TAB ), pela Profª Lucia Coelho. O TAB
foi estruturado exatamente num período histórico para o país, quando os
estudantes faziam dele um instrumento de conscientização contra o
autoritarismo.
O TAB não tinha como objetivo principal preparar elenco
para o futuro, mas preparar uma platéia esclarecida, crítica e consciente. A
atividade teatral não buscava estimular vaidades pessoais, mas as potencialidades
criadoras e o espírito de equipe.
O
TAB é lembrado e reconhecido até hoje, como uma das melhores escolas de
formação em artes, como a dança, a música, dramatizações, cenários e figurinos.
Era mais uma opção entre as manifestações em artes, que o Colégio Bennett
oferecia a seus alunos, sem ônus para seus responsáveis.
Hoje
podemos citar dezenas de ex-alunos do TAB que atuam na imprensa, no teatro, no
cinema e na televisão.
O
TAB continua em funcionamento, com alunos do Colégio Metodista Bennett, com
aulas e ensaios semanais, lotando o Auditório Tucker em cada apresentação.
Feira de Ciências
Nos
anos 80, o Colégio Bennett inicia uma atividade chamada “Feira de Ciências”,
evento que reunia todos os segmentos para uma mostra de atividades dos alunos.
Os familiares eram convidados e a comunidade também. Os professores faziam com
seus alunos em turmas, o planejamento, a distribuição de funções, confecção de
material, apresentação e arrumação em local adequado, dentro da Instituição.
Com o mesmo objetivo, essa Feira de Ciências continua até hoje com o nome de “Fazendo
e Acontecendo”.
Creche Bennett
Hoje,
em outro prédio, onde funciona o Departamento de Educação Infantil, com
crianças a partir de dois anos.
APAB – Associação de Pais de Alunos do Bennett
Em 1926 foi criada por Miss Eva
Louise Hyde a Associação de Pais de Alunos do Bennett (APAB). Pode-se perceber
a visão administrativa da educadora Miss Hyde que, retirando os pais da cômoda
atitude de observadores e críticos, chamou-as a refletir, junto com os
professores, sobre a melhor maneira de educar os seus filhos.
Funcionando
até hoje com reconhecida atuação, está sempre em contato com a Direção do
Colégio.
Grêmio de Ex-Alunos
O Grêmio de Ex-Alunos foi fundado em
1929, com a finalidade de fazer com que os ex-alunos não perdessem o vínculo de
carinho e cooperação, mantendo a mística e o sentido de pertencimento à
Instituição.
Hoje,
mantém encontros semanais às quartas feiras de 14h 30 minutos às 17 horas – Prédio
JW, 3º andar – sala 302.
No
ano de 2005 recebem visitas de ex-alunos do Pará, do Maranhão e de cidades ao
redor.
Voltou
a realizar o já tradicional Bazar da Pechincha.
Participou
também, da Festa Junina – “Na Trilha da Roça”, com Barraca em que foram
vendidos doces, salgados e artesanato.
AFIMB
– Associação de Funcionários do IMB
Em 1982 – foi criada oficialmente a
Associação de Funcionários do IMB (AFIMB). Desde 1977 já existia um grupo de
funcionários solidários com os colegas que passavam dificuldades. De 1982 a 1984, os funcionários
já recebiam ajuda para o transporte, antes da lei que instituiu o Vale
Transporte, que só em 1985 tornou-o obrigatório. Mais uma vez o Bennett inova.
O Projeto de Alfabetização foi executado em 1983, com um ótimo resultado. Esse
Projeto foi sempre se renovando nas diferentes administrações na Instituição.
ADCEBEN / ADFIB
Entre 1985 e 1986 organizaram-se a Associação dos Docentes
do Bennett (ADOCEBEN), e a Associação dos Docentes das Faculdades (ADFIB),
ambas importantes agremiações dos profissionais da educação. As duas
associações são bem atuantes nos dias atuais.
ADCEBEN / ADFIB
Entre 1985 e 1986 organizaram-se a Associação dos Docentes
do Bennett (ADOCEBEN), e a Associação dos Docentes das Faculdades (ADFIB), ambas
importantes agremiações dos profissionais da educação. As duas associações são
bem atuantes nos dias atuais.
Faculdades Integradas Bennett
A implantação das Faculdades Integradas
Bennett, aconteceu em julho de 1971. Sonho antigo de tantos que aqui passaram.
Alunos que saíam do então segundo grau que antes procuravam cursos em
instituições de nível supeiror, agora podiam continuar seus estudos no Bennett.
Os primeiros cursos oferecidos foram: Direito,
Arquitetura e Urbanismo, Ciências Econômicas, Administração de Empresas,
Desenho e Plástica (atual Licenciatura em Educação Artística )
e Teologia.
Os
cursos das Faculdades Integradas Bennett, tiveram início no dia 26 de agosto de
1971 com trezentos alunos aprovados no Vestibular.
Ao longo dos anos outros cursos começaram a funcionar
como: Relações Internacionais, Ciências da Computação, Fisioterapia, Nutrição.
Em 2005 iniciamos Educação Física e Normal Superior.
A caminho da Universidade, as Faculdades Integradas
Bennett, em 2004 foram aprovadas, por unanimidade, pelo Conselho Nacional de
Educação, passando a Centro Universitário,
o UNI BENNETT.
N.P.P.G.
O Núcleo de Pesquisa e Pós-Graduação (N.P.P.G.),
foi criado em 1982, com o objetivo de aprofundar conhecimentos e desenvolver os
profissionais em suas respectivas áreas de atuação, contando com professores
qualificados e titulados. Hoje em 2006, o N.P.P.G. oferece Cursos de
Pós-graduação Latu Senssu nas áreas de Arquitetura e Artes, Ciências Sociais
Aplicadas, Educação e Humanidades, Saúde e Tecnologia.
Projeto Memória
O
Projeto Memória,
funciona na Instituição desde 1983, reunindo em pastas e em caixas o patrimônio
histórico da instituição. No sótão do Palacete São Clemente tínhamos até 2004,
uma exposição montada, com móveis e utensílios da memória da instituição. A
proposta do século XXI é tirar dos arquivos toda a memória, mostrando em
exposições, vídeos institucionais e na memória digital.
Em
2002 no Salão Nobre do Palacete São Clemente, foi montada, com móveis vindos do
Colégio Americano de Petrópolis, a Sala como
na época da compra do Palacete. Foram trazidos do sótão, peças raras de
mobiliário de época. O Bennett recebeu, em regime de comodato, nessa ocasião,
do bisneto de Miguel Couto, a mesa de serviço e a escrivaninha do renomado
médico, quando morava no Palacete. Inauguramos o Salão , com uma Exposição do
Prof. Bandeira de Mello, com quadros premiados. O professor citado trabalha na
Instituição há mais de vinte anos.
O
Projeto Memória montou em 2001
a exposição de fotos de Ex-Diretores Gerais – de 1920 a 2004. Deu lugar
também a outra exposição: “Ex-alunos em destaque na cidade, no país e no
mundo” Essas duas em molduras de
alumínio e vidro anti-reflexo, que o Grêmio dos Ex-alunos, ofereceu à
Instituição. Acrescidas ao acervo, reuniram-se em cartão preto, cópias de fotos
do Colégio Americano de Petrópolis, fotos antigas, de prédios que foram
demolidos e do pátio, na época da compra.
FaCE – Faculdade de Cultura e Existencialidade
Aos idosos da comunidade foi reservado um espaço com a
criação da Faculdade de Cultura e Existencialidade – FaCE – a partir de março
de 1992. Nesse espaço são oferecidos cursos que abrangem as áreas de Artes Plásticas, Ciências Humanas e Sociais,
Informática e Expressão Corporal. São também organizados passeios, visitas a
museus, teatro e encontros de confraternização. Os trabalhos dos alunos são
mostrados em exposições internas ou a convite de outras instituições.
Pastoral Escolar e Universitária
A Pastoral Bennett além de participar ativamente da vida
da Instituição, em suas decisões administrativas e pedagógicas, oferece
diversos serviços à comunidade, tais como: celebrando as datas do calendário
cristão e outras especiais; celebrando formaturas e dando atendimento clínico
pastoral.
Coral UniBennett
A música sempre esteve presente na história do Bennett. O
Canto Coral começou na década de 40, tendo seguido desde então uma trajetória
de destaque entre os corais da cidade do Rio de Janeiro.
Desde fevereiro de
2004, temos o Coral Universitário Bennett, participando de solenidades e momentos musicais. Em 2005 cantou em
abertura de Seminários dentro e fora da Instituição, Recitais com outros
corais, Recital de Páscoa e Final de
Ano, com a Academia Sinfônica Petrobrás.
Centro Cultural
Com esta visão contemporânea o
Instituto Metodista Bennett está presente, investindo crescentemente nas ações
educativas e em seus espaços, promovendo acesso qualitativo ao acervo de
conquistas artísticas para um público cada vez maior. Para exposições, contamos
com várias áreas, sendo as mais usadas Salão Nobre, Corredor Cultural, Espaço
de Múltiplas Linguagens/Sala Dinorah Vital Brasil, Galeria de Artes/Sala
Solange Leobons e o Núcleo de Artes/Sala L.P.Pedral Sampaio
Projeto
Musical conta hoje
com uma sala de concertos, o Auditório Tucker/Sala Armando Prazeres, onde
ensaiam e se apresentam a Orquestra Sinfônica Petrobrás, a Academia Sinfônica
Petrobrás e a Orquestra Mirim Armando Prazeres. Convênio firmado em maio de
2002.
No
convênio, a Orquestra ficou responsável pela reforma do Auditório Tucker.
Construído
em 1942, o Auditório recebeu este nome em homenagem ao reverendo Hugh Clarence
Tucker, missionário norte-americano que, em 1886, desembarcou no Brasil para
difundir os ensinamentos religiosos metodistas.
O
Auditório, que tem capacidade para 560 pessoas, não dispunha, em sua estrutura
original, de condições acústicas para receber um conjunto orquestral até a
vinda da Orquestra, que passou a ensaiar no Auditório.
Hoje,
além de servir como palco de importantes eventos e acontecimentos no Bennett, o
AuditórioTucker conta em seu calendário com uma programação fixa com a
Orquestra Petrobrás Sinfônica.
A
série A Prata da Casa inaugurou um novo espaço para a música de câmara na
cidade do Rio de Janeiro. São oito concertos com uma programação eclética do
barroco ao romântico, do jazz à música popular brasileira. As apresentações
lotam o Auditório e a sua galeria.
Um
dos mais importantes itens da reforma do Auditório Tucker foi o Steinway, um
piano de cauda inteira, com registro mundial na Alemanha da vinda do piano para
o Rio de Janeiro, em maio de 1914. Após 4 meses no conserto, o piano com nova
pintura, novas cordas, parte da máquina, pedal e teclado restaurados. Algumas
peças vieram diretamente de Nova Iorque.
A
restauração e conservação ficaram a cargo do especialista norte-americano
George Boyd.
Outras atividades ligadas ao Centro Cultural: Coral UniBennett, Cine
UniBennett e UniBennett Musical.
Temos caminhado durante todos esses anos, procurando e
muitas vezes sendo pioneiros, em diversos segmentos.
Num novo milênio, com as dificuldades do
momento enfrentadas pelas universidades
brasileiras, estamos com muitas alternativas para dar continuidade no que tanto
acreditaram aqueles que nos antecederam.
10/02/06
Profª Vilna Baggio
Assessora Cultural do IMB
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