quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ROTEIRO DA MOSTRA HISTÓRICA DOS PRÉDIOS DO COLÉGIO BENNETT

1. 1920 - Edifício Barão de São Clemente
2. 1926 - Edifício Eliza Perkinson
3. 1941 - Edifício Erasmo Braga
4. 1942 - Edifício Clara Perry
5. 1952 - Edifício Eva Louise Hyde
6. 1971 - Edifício Layona Glenn
7. 1978 - Edifício John Wesley
8. 1980 - Edifício Heloisa Marinho

1.   EDIFÍCIO BARÃO DE SÃO CLEMENTE


Antigo Palacete, propriedade do Dr. Miguel Couto, de quem a Junta Missionária de Senhoras dos Estados Unidos comprou pela quantia de 400 contos de réis, em outubro de 1920.

Miguel Couto (1865 – 1934) Médico de renome, professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, era genro do Barão de São Clemente e morador do Palacete.

Posteriormente este Prédio serviu como dormitório  e refeitório para as alunas que vieram do Colégio Americano de Petrópolis.
Constava de : Salão Nobre – Salas de visitas e recepções. Móveis trazidos de Petrópolis e quadro pintado a óleo de Miss Belle H. Bennett, presidente do Concílio Missionário de Senhoras à época da aquisição da propriedade onde hoje se situa o Bennett. O nome do Colégio é uma homenagem a ela.


2.   EDIFÍCIO ELIZA PERKINSON –  EP - 1926


Elisa Perkinson – EP - De 1901 a 1925 dirigiu o Colégio Americano de Petrópolis. Foi a primeira Diretora do Colégio Bennett de 1921 a 1925.
O primeiro Edifício construído pelo grupo de missionárias que veio de Petrópolis. Foi inaugurado em 1926 para uso do Curso Secundário: Salas de aula, Laboratório de Ciências Naturais, Biblioteca, Gabinete da Reitora, Secretaria, Sala de Professores.
Seu nome é uma homenagem a uma de suas primeiras Diretoras que, em Petrópolis e aqui no Rio de Janeiro, serviu à Instituição por 25 anos.
Construído inicialmente com dois andares, em 1960 iniciou-se uma campanha para a construção do terceiro andar (descaracterizando muito o seu estilo) ficou pronto em 1965.
Hoje já em 2012 funcionam no Edifício o Ensino Fundamental, Ensino Médio e secretarias destes segmentos.

3.   EDIFÍCIO ERASMO BRAGA – 1941



Erasmo de Carvalho Braga (1877 – 1932) Pastor presbiteriano e educador, um dos pioneiros do movimento ecumênico no Brasil e na América Latina.
O nome foi uma homenagem a Erasmo Braga, grande amigo e colaborador do Bennett nos seus primeiros e difíceis momentos.
Inaugurado em 1941 com 2 andares com Salas de aula, Biblioteca Central, Laboratórios de Química, Economia Doméstica, Sala de Costura, Auditório com palco e Capela. Era usado para os alunos dos Cursos de:  Formação de Professores de Educação Religiosa, Economia Doméstica e Educação Pré-Primária.
Parte dele desapareceu com o corte feito pela  construção do Edifício John Wesley por volta de 1970.

4.   Edifício Clara Perry – 1941


Clara Perry foi sucessora de Miss Belle H. Bennett* na presidência da Junta Missionária de Senhoras nos Estados Unidos. Empenhou-se grandemente no levantamento de fundos financeiros para a construção de um internato para alunas do recém-criado Instituto Técnico – Curso de Formação de Professores de Educação Religiosa, Pré-Primário e Economia Doméstica.
Inaugurado em 1942 com três andares. No térreo grande Sala de visitas que as internas poderem receber seus parentes, tutores e jovens da Igreja do Catete. Ali também aconteciam pequenos concertos de piano, flauta, violão e violinos de jovens das Igrejas e também que vinham visitar o Bennett de outras cidades, ou outros países. Ouviam também músicas no gramofone ou toca-discos usados na época.
Ao lado da Sala enfermaria com consultório médico, e ao lado, quarto para internas que estavam doentes.
Nos andares superiores, 2º e 3º andares quartos para professores, Reitora e quartos com duas beliches cada, para as alunas. Copa e mini cozinha, banheiros grandes e bem arejados. Nos dois andares, nas extremidades a direita da frente do edifício, com vista para o Corcovado boas salas de leitura e música etc.
Funcionando até 1965.
*Belle Harris Bennett (1852 – 1922) . Presidente da Junta Missionária de Senhoras dos Estados Unidos, de 1910 a 1922. Em 1913, após visita ao Brasil, organizou a campanha de que resultou a fundação de um colégio para moças no Rio de Janeiro.


5.   Edifício Eva Louise Hyde 1952


O nome é homenagem a Eva Louise Hyde, “alma e glória do Bennett”.
Eva Louise Hyde (1886 – 1982). Diretora Técnica do Colégio Bennett, de 1920 a 1925; Reitora de 1927 a 1931; 1933 a 1937; 1940 a 1945 e 1947 a 1952. No Colégio Bennett foi uma de suas primeiras diretoras até sua aposentadoria em 1952,serviu sempre no Bennett, onde sua obra está como testemunho vivo de sua capacidade administrativa. De todo patrimônio do Bennett apenas três edifícios não tiveram a  participação de Miss Eva Louise Hyde: São Clemente, Layona Glenn e John Wesley.
Como educadora destacou-se como membro de vários grupos educacionais e ecumênicos, sendo honrada com a Ordem Nacional do Mérito, pelo Governo Brasileiro em reconhecimento aos 40 anos de serviços prestados à educação no Brasil.

O Edifício ficou pronto em 24 de outubro de 1952 para o Curso Primário (atual Ensino Fundamental I). Os pais dos alunos contribuíram com a doação da carteira (de madeira, num único modelo) que seu filho usaria. As crianças ficaram bem vaidosas e alegres, pois estavam contribuindo com um presente que elas usariam neste Edifício novo.
O Primário funcionava até então, numa casa alugada à Rua Senador Vergueiro nº 56 (nos fundos do Bennett à esquerda de quem sai do portão da mesma rua).
No novo Edifício funcionava à Direção do Colégio, Salas de aula (acompanhadas de espaço igual ao da sala com canteiros, onde os alunos com os professores fariam hortas e plantariam árvores frutíferas, as Salas de aula do segundo andar estariam com o verde em suas janelas, quando estas crescessem), almoxarifado, mecanografia, cantina, Setor de Educação Física, Serviço Médico e  Biblioteca.
Funcionando até hoje com salas de aula dos alunos do  Ensino Fundamental, almoxarifado e Sala de Coordenação e de Professores.

6 – Edifício Layona Glenn – LG - 1971




Miss Layona Glenn (1866 – 1969), missionária pioneira que veio ao Brasil em 1894 a fim de ajudar na fundação e manutenção de escolas que antecederam à fundação do Bennett – Escola do Alto e Colégio Americano de Petrópolis. Serviu em muitas delas e por três vezes foi diretora do Colégio Americano Fluminense, um dos antecessores do Bennett (na Praça José de Alencar, 4)
Aposentou-se em 1934. Voltou ao Brasil e em 1949 e novamente em 1955.
Condecorada pelo governo b rasileiro através de sua embaixada em Washington D.C. com a Ordem do Cruzeiro do Sul em reconhecimento pelos 40 anos de serviços prestados à nossa Pátria.
No Edifício funcionava o Audiovisual, Biblioteca Central, Salas de Arte e carpintaria.
Hoje funcionam: Audiovisual, Ateliê de Pintura, Escultura, Sala de Arte para o Ensino Fundamental e Biblioteca.

7 – Edifício John Wesley – JW - 1971



John Wesley (1703 – 1791). Pregador e Teólogo Inglês, fundador do Metodismo no século XVIII, em plena Revolução Industrial na Inglaterra e que se espalhou por todo o mundo. Ele foi um pregador e  educador interessado e envolvido com os interesses do povo pobre, desamparado, oprimido e sofredor.
Desde 1739, um ano após o surgimento do metodismo organizado, Wesley se dedica às pregações e discursos ao ar livre a fim de poder alcançar as grandes multidões, que às vezes chegavam a mais de vinte mil pessoas. Essas multidões eram, principalmente, de “gente do povo”, pobres, trabalhadores e desempregados.
Wesley foi, assim, alguém que viveu os seus mais de 50 anos de pregação e ensino, junto com o povo, sentindo os seus dramas e necessidades, para os quais buscou de muitos modos e maneiras algum tipo de solução.
O Edifício foi inaugurado em 1978. Foi  construído para o funcionamento das Faculdades Integradas Bennett.
O Edifício com 12 andares com salas de aula, Secretarias e Coordenações de Cursos, mecanografia, livraria, Centro de Documentação e Departamento de Teologia.

8 - Edifício Heloisa Marinho – 1980


Anexo ao Edifício “Erasmo Braga”, construído em 1950 na gestão de Miss Eva Louise Hyde.
Em 1980, o então Diretor-Geral, Prof. Acir Goulart, numa homenagem a Heloisa Marinho, deu ao anexo o nome de Edifício Heloisa Marinho, HM.

Uma placa, à direita da porta principal, diz:

“À notável pioneira Heloisa Marinho, cinqüenta anos na vanguarda da Educação Pré-Escolar no Brasil, a homenagem carinhosa do Bennett no seu sexagenário.
                                       12 de outubro de 1980”

Heloisa Marinho (1903 – 1994) Ex-aluna do Bennett. Primeira turma de Madureza – 1923.
Ajudou Miss Eva Louise Hyde no planejamento e fundação do Instituto Técnico em 1941, curso de formação de professoras de Pré-Escolar, Professoras de Educação Doméstica, professoras de Educação Religiosa. Em 1942 ajudou na fundação do Departamento de Pré-Escolar, pioneiro no Brasil.
O edifício abriga turmas de Pré-Escolar desde os dois aos seis anos de idade; salas de observação, escritório de coordenação, cozinha, sala de atividades, etc. O Pré-Escolar fazia parte do “Edifício Erasmo Braga”, ficando isolado pelo corte feito com a construção do Edifício John Wesley -  JW.



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

HINO AO BENNETT


HINO AO BENNETT

Prof. Ismael de França Campos


Foi em 1941 que escrevi o Hino ao Bennett. Até então, cantava-se outro Hino, com letra de Basílio de Magalhães e música de Francisco Mignone. A música era bonita, mas a letra muito pobre.
Desejei, por isso, escrever outro hino, que falasse das tradições do Colégio, de sua história, suas realizações, seus ideais e seus fundadores. Se a música devia ser empolgante e marcial, a letra, por sua vez, devia ser elevada. Seria um hino audaz, ou audacioso, juvenil e triunfal, falando-nos altaneiramente (orgulhosamente) do Bennett, como lar, oficina de formação de caráter, luzeiro ou fanal, alumiando-nos o caminho do presente e do futuro. Traduzi esse sentimento ou essa esperança, nos quatro primeiros versos da primeira estrofe:

ALMA MATER, TEU HINO DE GLÓRIA
SEJA AUDAZ, JUVENIL, TRIUNFAL!
ALTANEIRO, NOS FALE DA HISTÓRIA
DESTA CASA, OFICINA E FANAL.

Quanto às tradições do Colégio (Festa da Campanha, banquetes de formatura, classe-lar, Círculo de Pais e Professores, chás as diplomandas etc.), seus fastos ou registros históricos, seus ideais de honestidade e perfeição, seu nome, e o nome que nos dá, de Bennettense, quanto a isso tudo, procurei por nos quatro seguintes versos o que me transfundia da alma,
                     
TU NOS DESTE UMA HERANÇA SAGRADA:                      
TRADIÇÕES, FASTOS, NOME, IDEAIS;                    
E OS LAURÉIS DE UMA ETERNA CRUZADA
DE CAMPANHAS DO BEM – IMORTAIS.

Na segunda estrofe do hino, procurei prestar homenagem aos missionários fundadores do Colégio (Mensageiros da Cruz), que tendo-o firmado sobre o solo (nos granitos da imensa nação), quiseram-no sempre elevado (exaltado) quanto às virtudes, ou melhor, elevado por suas virtudes, por suas diretrizes seguras e corretas. E por que esses missionários são exemplos do bem servir e constantemente nos ensinam a só fazer o bem, a dar e servir, proclamando sempre a justiça, procurei também, através dessa segunda estrofe, mostrar que não aprendemos no Bennett apenas as ciências, as letras e as artes, mas tudo aquilo que esses Mensageiros da Cruz nos ensinam com seu exemplo:

MENSAGEIROS DA CRUZ TE FIRMARAM
NOS GRANITOS DA IMENSA NAÇÃO;
NAS VIRTUDES, PORÉM TE EXALTARAM,
AUGURANDO AO PORVIR PERFEIÇÃO.
A BONDADE E A JUSTIÇA REPARTES,,
ENSINANDO-NOS DAR E SERVIR,
NAS CIÊNCIAS, NAS LETRAS, NAS ARTES,
ES A LUZ QUE NOS VEM CONDUZIR.

E porque as assembléias, assim as de caráter cívico como as religiosas, constituem característica distintiva do Colégio Bennett, além de serem uma inspiração para viverem bem, viveremos cristã e patrioticamente, com as lições que ali aprendemos, dos heróis da Escritura Sagrada, e dos grandes vultos do Brasil e de todo o mundo, escrevi também uma terceira e última estrofe, em que há referência a essas duas espécies de reuniões:

SE RECORDAS, NO ALTAR DO CIVISMO,
NOBRES FEITOS DA TERRA GENTIL,
COM FULGOR DE VERAZ PATRIOTISMO,
ARDE A CHAMA DE FÉ NO BRASIL;
SE CONSAGRAS À MENTE DIVINA
HOMENAGENS DE GRAÇA E LOUVOR,
NOSSAS ALMAS O ETERNO ILUMINA,
COM LAMPEJOS BENDITOS DE AMOR.

O Bennett, sempre estimado, vive  no coração de seus filhos. È um querido lar, onde alunos, professores e funcionários, em feliz convivência, consideram-se, com razão e orgulho, membros de uma só família. Nele todo o estudo, todo o trabalho, toda a realização visam, em última análise, o amado Brasil, para cuja grandeza fora erguido como majestoso lampadário. Daí o refrão:

SALVE! BENNETT QUERIDO,
NOSSO LAR DE BENÇÃOS MIL.
QUAL LUZEIRO FOSTE ERGUIDO
PARA A GLORIA DO BRASIL.

Nota: A música deste hino foi composta por Janette Bueno, que era, então aluna da 5ª série ginasial. Foi isso em fins de 1041.

                                       Teresópolis, setembro de 1970


                                          Ismael de França Campos
                              Prof.de Matemática do Colégio Bennett