sexta-feira, 21 de setembro de 2012




DYLMA BALBI – EX-ALUNA DO COLÉGIO BENNETT


Fui criada em Três Corações, Sul de Minas.
            Em 1935, quando terminei o curso primário, meus pais começaram a procurar um colégio para mim, aqui no Rio. Um amigo de meu pai indicou o Colégio Bennett, onde fui interna, em 1936. Desde então, estou ligada ao Bennett, que foi uma benção em minha vida.
            Ele me preparou para as funções principais da minha vida: ser mãe de família, ser uma professora qualificada e a ser solidária com os que me cercam. O que se pode desejar mais em termos de educação.           
Um dos grandes eventos do ano escolar do Bennett, quando eu lá ingressei, era a FESTA DA CAMPANHA BENNETT PRÓ-LÁZAROS. Naquela época, a hanseníase era um dos grandes males da saúde no Brasil. A Festa era organizada, anualmente,em outubro, mês do aniversário do Colégio, pelas alunas da 4ª série ginasial e o dinheiro levantado era entregue a Dona Eunice Weaverentão diretora do Departamento...
Cada ano, A FESTA DA CAMPANHA, como era chamada por nós, tinha um tema. Lembro-me bem de duas festas. Uma o tema era o Havaí. Foi ao ar livre – as alunas da 4ª série fantasiadas de havaianas servindo os convidados em mesinhas distribuídas pelo nosso lindo campus, ao som de músicas havaianas. Foi um barato!
A outra Festa foi a da minha turma do Ginásio 1940. Queriamos fazer algo diferente!
Nas reuniões de nossa classe-lar, depois de muito bla-bla-bladecidimos por uma peça teatral.
Um rapaz, cujo o nome não me lembro, amigo de colegas nossas, escreveu uma peça intitulada “No Boys”, pois naqueles tempos a presença masculina em um colégio feminino    era vista com muita cautela. Foi um sucesso! Até hoje, quando nos reunimos anualmente, nós, agora octogenárias da turma de 1940,falamos com orgulho e saudades da nossa inesquecível Festa da Campanha Bennett pró-Lázaros!!!
Comecei meus estudos de Arte Culinária e Nutrição, em 1937, com 13 anos, no
curso ginasial do Colégio Bennett.
            Em 1943, me formei em Economia Doméstica no Instituto Técnico de Educação, curso de formação de professoras de nível médio, fundado por  Miss Eva L. Hyde, então diretora do Colégio, em substituição ao antigo Curso de Madureza (equivalente ao Curso Normal), extinto por ocasião da criação do Curso Ginasial.
            Lecionei dois anos Arte Culinária, no Colégio, e depois fui completar meus estudos em universidades norte americanas, inicialmente New Jersey College forWomen, hoje Douglass CollegeRutgersUniversity e posteriomente na Universidade de Cornell em Ithaca, estado de Nova York.
            Em fins de 1949, voltei ao Brasil, assumi a direção do Departamento de Economia Doméstica do Colégio Bennett, onde lecionei até me aposentar.

            Acho que na educação atual, a parte doméstica da vida é subestimada.
A participação do homem e da mulher no lar mudou muito e a escola não deu conta disto. Até parece que os jovens atuais só vão ter uma vida profissional, não vão constituir família, não vão ter de resolver os problemas domésticos que surgem diariamente, não vão ter filhos que orientar, enfim, não vão ter de saber curtir a vida, com sabedoria.         
Escrito em:
Dylma M. Balbi  -  13 – 09 - 2012